quarta-feira, 16 de maio de 2012

Eu só queria saber se...

Depois do fim, além de quase sempre lembrar voce, inúmeras perguntas a seu respeito foram se fazendo dentro de mim. Não sei se foi uma forma que encontrei de mantê-lo sempre presente, ou a saudade me tentando a voltar. Me perguntava se estava sendo tão difícil pra você quanto era pra mim. Se você também lembrava de mim antes de dormir, se sentia vontade de ouvir minha voz, se por algumas vezes pegou o celular e quis me ligar, se entrou no carro e quis vir até minha casa, se no sábado a noite o nó também atingia a sua garganta e você se sentia tão sozinho quanto eu. Se ouvia alguma música e pensava no quanto ela fazia sentido por descrever tão bem a nossa história. Quis saber até mesmo se seus familiares perguntavam de mim, como voce parecia estar vivendo tão facilmente sem coisas que, pra mim, machucava tanto estar sem. Se visitava meu perfil e se importava com as coisas que eu postava, se entendia cada indireta que eu escrevia pensando somente no que voce ia pensar. Se em algum momento do dia, não importando o que voce estivesse fazendo, seu raciocinio simplesmente parava pra que voce pensasse somente em algum momento que passamos juntos e se isso te feria tanto quanto fazia comigo. Queria saber se voce investigava minha vida pra saber se eu já tinha encontrado outra pessoa, se ficava com raiva quando via alguém tentando se aproximar de mim, se ainda sentia que eu era sua, se sentia falta da mais simples e sem noção brincadeira que era nossa e que outra pessoa jamais acharia graça ou sentido..

Eu quis saber tanta coisa, quis fazer tanta coisa, desejei tanto que voce também quisesse, também fizesse, mas não aconteceu. Minhas perguntas ficaram sem respostas, eu fiquei sem você e as duvidas enfim pararam de aparecer. Eu simplesmente não quis mais saber de voce, de nós, tampouco do que vivemos. Voce começou a não fazer mais sentido, a saudade parou de encomodar, o nó na garganta parou de me visitar e eu fui percebendo que "eu só queria saber se" porque ainda me importava demais e que eu queria saber sozinha, que se as duvidas existiam em você também, não eram tão instigantes porque voce nao fez questão de saber as respostas, e se voce ainda se importava fingiu tão bem o contrário que fez com que em mim a indiferença começasse a ser verdadeira. E todas as duvidas que um dia rondaram minha cabeça deram lugar a certeza de que não era pra ser.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Saudade




A saudade é covarde, ataca a gente no momento em que nos encontramos mais indefesos. Um solitário sábado a noite, a tarde de um domingo, horas antes de dormir, é só esperar que ela vem pra nos dilacerar o quanto pode. O pior de tudo é que ela não anda só, uma lembrança de um momento feliz, aquela pessoa que já significou muito, coisas que na maioria das vezes não podem voltar a acontecer são suas melhores companheiras. E é por isso que dói, que machuca.
A saudade abre, sem pensar duas vezes, a ferida que o tempo está cicatrizando cuidadosamente.
Ela chega através da letra de uma música, uma fotografia perdida entre algumas coisas, um lugar que lembra alguém.. Chega e as vezes demora a ir embora, fica lá, fazendo com que você tenha um flashback involuntário e imaginário dentro da sua mente e depois, quando está prestes a te deixar, te faz desejar mais do que tudo no mundo uma máquina do tempo para que seja possível reviver tudo aquilo que um dia te fez tão feliz, todo o motivo dessa dolorosa saudade existir. Mas não é possível, não dá pra reviver lembranças a não ser fechando os olhos e permitindo que aquele sentimento que você ignorou - com tanta dificuldade -, por algum tempo, volte a tona, dando livre acesso pra ele fazer o nó na garganta aparecer e o coração se comprimir.

A saudade é tão cruel que chega sem manual de instrução. Você não sabe o que fazer com ela, você não sabe quanto tempo ela vai durar, você não sabe se vai ter alguma consequência, você não sabe absolutamente nada, apenas sente. Então, muitas vezes, no desespero, busca uma maneira de livrar-se dela, mesmo que no final de qualquer atitude que você decida tomar ela esteja lá, intacta.
Voce pode sair com seus amigos e voltar sem lembrar nem o seu nome, mas no dia seguinte, quando a lucidez voltar, a saudade volta junto.
Voce pode beber, e imaginar que a cada copo virado ela vai diminuir mas não percebe que cada copo é um pedido desesperado para que ela vá embora, entretanto, quanto mais você quer esquecer mais consegue lembrar.
Você pode, enfim, fazer preces, oferendas e o que mais julgar necessário, desejando do fundo do seu coração que tudo aquilo tome um rumo pra bem distante de você, mas não adianta.
O tempo não é o melhor remédio pra esse sentimento, na verdade, não existe remédio nenhum. A saudade é tão inconveniente quanto uma risada em um velório ou uma música alta em uma biblioteca. Não respeita nada além da sua própria vontade. Não se sabe ao certo quando vai embora e nem se algum dia, por ironia do destino, vai voltar.
Resta a nós saber lidar com sua aparição inesperada e com as cicatrizes que por ela podem ser deixadas.


segunda-feira, 7 de maio de 2012

Amor Platônico


Se tem um sentimento que mexe com o ser humano, independente da sua classe social, raça ou credo, é o amor. O amor pode fazer desde uma menininha até um rapagão com 1,80 de altura chorar. É forte, intenso, e na maioria das vezes chega de surpresa e sem hora pra acabar. O amor pode te levar do mais alto grau de felicidade diretamente para fossa em segundos.
Esse sentimento travesso possui diversas formas: amor correspondido, amor não correspondido, amor antigo, amor impossível, e eu diria que uma das suas formas mais belas é o amor platônico.
Amores platônicos são talvez os amores mais verdadeiros que existem por serem ingênuos, sem ciumes exagerados, egoísmo, rancor e nem todos os outros sentimentos que costumam “vir junto” com o amor assim que se apaixona. Ele é o lado bom do sentimento, o lado sem brigas, sem discordâncias, sem irritações.
Simplesmente existe e não faz mal a ninguém.

É algo tão diferente que o sentimento de posse não existe, logo, nem o medo da perda, pois você não pode perder o que não tem. Não tem e não sente necessidade de ter. Passar ao lado da pessoa amada e sentir o corpo arrepiar, sentir-se apaixonado, ter borboletas no estômago, ouvir a uma música e lembrar dela são sensações suficientes para que tudo o que só você sabe que sente comece a fazer sentido e façam então o seu coração se sentir aquecido. 
Amar alguém platonicamente é idealizar essa pessoa da forma mais perfeita que existe. Você nao enxerga, porque não acha necessário enxergar, se ela acorda com mau halito pela manhã ou se tem um temperamento dificil. Não. Procurar e encontrar defeitos não é o objetivo do romântico platônico. Simplesmente amar, admirar e imaginar. Amar os cabelos, o cheiro, o andar, o jeito de sorrir, a voz.. A amada ou o amado é admirado do mais simples ao mais complexo gesto que tenha.
Amar platonicamente é apenas desejar que o motivo desse sentimento existir seja feliz e aprender a gostar e acima de tudo respeitar essa pessoa mesmo sem tê-la para si. É a mais bonita forma de amar, pois se ama sem querer absolutamente nada em troca
Pessoas que amam platonicamente são dignas de admiração, afinal, possuir um sentimento limpo e puro dentro de si é para poucos e só mesmo alguém de muito bom coração para conseguir mantê-lo ali, existindo, sem exigir ou mesmo pensar em receber amor também. É alguém que ama sozinho, mas ama. Sem reclamar por isso, nem se entristecer.